sábado, 7 de fevereiro de 2009

Vencidos da Vida, hoje?


Aqui vai uma reflexão teórica, que se coloca à apreciação dos leitores, sugerida pela foto supra.

Há uma mudança de paradigma (e não o digo como banalidade ou moda) na apreciação do legado dos intelectuais.
Pergunto-me se algum grupo como o dos "Vencidos da Vida" poderia sequer alcançar eco de existência futura (histórica) numa sociedade como aquela (efémera e mediática) em que nos enclausuramos. Os "Vencidos da Vida" de ontem foram, na verdade, triunfadores. Hoje um grupo, mesmo "jantante", que lhes fosse idêntico seria, definitivamente, votado ao mais completo silêncio. Tal encerra uma lição relativamente às formas de actuação política (em geral). Por exemplo, quando ontem abandonar um cargo era nobre, denotava desapego ao poder, hoje até qualquer carimbo na mão de burocrata nem depois de morto se larga (e não pela rigidez cadavérica). Porquê? Porque hoje, desgraçadamente, as pessoas são apenas o pedestal, o cargo, o dinheiro em que se empoleiram. Não importa a sua estatura real, mas a que alcança artificialmente. E logo vem a questão: se são estes os dados do jogo, hoje, como jogar outro jogo? Está em discussão, mas a alternativa parece-me ser: ou entrar no jogo, ou sair definitivamente dele - num qualquer movimento de reclusão e saída do "mundo"... Haverá uma "terceira via"?

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