sábado, 5 de junho de 2010

Poema para Galileu . António Gedeão

1 comentário:

  1. Troços que nos convocam a meditar:

    «e tinhas à tua frente
    um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
    a olharem-te severamente.»

    « Ai Galileo!
    Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
    que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
    andavam a correr e a rolar pelos espaços
    à razão de trinta quilómetros por segundo.
    Tu é que sabias, Galileo Galilei.»

    « piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
    a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
    Por isso estoicamente, mansamente,
    resististe a todas as torturas,
    a todas as angústias, a todos os contratempos,
    enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
    foram caindo,
    caindo,
    caindo,
    caindo sempre,
    e sempre,
    ininterruptamente,
    na razão directa do quadrado dos tempos.»

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